quinta-feira, 11 de outubro de 2012

domingo, 26 de agosto de 2012

"PLANETA TERRA FESTIVAL"



O Planeta Terra Festival é um evento musical brasileiro realizado pelo grupo Terra Networks que ocorre em São Paulo desde 2007.
Atualmente quatro edições já foram realizadas, sendo as duas primeiras na Villa dos Galpões e as duas últimas no parque de diversões Playcenter. Diversos artistas e bandas já passaram pelo festival como Lily Allen, Kaiser Chiefs, Mika, Phoenix,
The Smashing Pumpkins, dentre outros. Foi anunciado no dia 26 de julho de 2011 em uma entrevista coletiva que o festival irá ganhar edições em outros países da América Latina. O primeiro deles será o Peru, em sua capital Lima.



2007


A primeira edição do festival ocorreu no dia 10 de novembro de 2007 na Villa dos Galpões. Foram mais de 10 horas de música nos três palcos, com mais de 15 atrações.

Line-up

Main Stage
Kasabian
Devo
Lily Allen
Pato Fu
Instituto apresenta Racional e convidados
Supercordas
The Rapture
CSS
Datarock
Tokyo Police Club
Lucy and the Popsonics
Layo & Bushwacka
Vitalic
Jon Carter
Renato Ratier




2008


A segunda edição do festival ocorreu no dia 8 de novembro de 2008 novamente na Villa dos Galpões. Cerca de 15 mil espectadores compareceram ao evento.

Line-up

Main Stage Indie Stage DJ Stage
Kaiser Chiefs
Bloc Party
The Offspring
The Jesus and Mary Chain
Vanguart
Mallu Magalhães
The Breeders
Spoon
Foals
Animal Collective
Curumin
Brothers of Brazil
Felix da Housecat
Justin Robertson
Milo
Mau Mau




2009


A terceira edição do festival aconteceu no dia 7 de novembro de 2009.
Foi o primeiro ano que o evento foi realizado no parque de diversões Playcenter, na cidade de São Paulo. 14 atrações fizeram parte do festival.

Line-up

Sonora Main Stage Coca-Cola Zero Stage
Iggy & The Stooges
Sonic Youth
Primal Scream
Maxïmo Park
Móveis Coloniais de Acaju
Macaco Bong
Etienne de Crecy
The Ting Tings
Metronomy
N.A.S.A.
Patrick Wolf
Copacabana Club
EX!
Anthony Rother
Fuja Lurdes




2010


A quarta edição do festival foi realizado novamente no parque de diversões Playcenter em São Paulo.Os ingressos para essa edição esgotaram-se dois meses e meio antes da realização do evento, sem nem ter todas as atrações ainda confirmadas.
Cerca de 20 mil pessoas compareceram ao evento que teve 15 atrações,
nacionais e internacionais.

Line-up

Sonora Main Stage Gillette Hands Up o/ Indie Stage
The Smashing Pumpkins
Pavement
Phoenix
Mika
of Montreal
Novos Paulistas
Mombojó
Empire of the Sun
Hot Chip
Passion Pit
Yeasayer
Girl Talk
Holger
Hurtmold
República




2011


O festival será realizado novamente no Playcenter no dia 5 de novembro de 2011.
The Vaccines estavam escalados para o line-up mas cancelaram devido ao agendamento de uma turnê no Reino Unido como banda de abertura para a banda Arctic Monkeys.
Os ingressos da quinta edição do festival esgotaram-se em menos de 14h de vendas.

Line-up

No dia 6 de Setembro o line-up de 15 atrações foi fechado.
No dia 13 de Outubro, o grupo Peter Bjorn and John anunciou em seu site, o cancelamento de sua apresentação devido a problemas pessoais.
Uma semana depois foi anunciada a banda norte-americana Gang Gang Dance como substituta do trio.Mais de 20 mil pessoas compareceram ao festival.

Sonora Main Stage Claro Indie Stage
The Strokes
Beady Eye
Interpol
Broken Social Scene
White Lies
Nação Zumbi
Criolo
Goldfrapp
Groove Armada
Gang Gang Dance
Bombay Bicycle Club
Toro y Moi
Garotas Suecas
The Name
Selvagens a Procura da Lei




2012

A edição de 2012 do festival pela primeira vez em seis anos fora do Brasil para chegar a dois novos países Peru e Colombia.

Brazil

O festival muda de local e agora é feito no Jockey Club, em São Paulo.

Main Stage Indie Stage
Kings of Leon
Kasabian
Garbage
Suede
The Drums
Gossip
The Maccabees
Azealia Banks
Best Coast
Little Boots
Mallu Magalhaes
Banda Uó
Madrid

Peru

O festival será realizado em 13 de outubro no Parque de Exposision, onde você terá duas fases, um palco exclusivo para as bandas da segunda palco e DJ. Reunir um total de 13 artistas.

Main Stage Electronic Stage
Kasabian
Garbage
TV On The Radio
Illya Kuryaki & The Valderramas
Cuarteto de Nos
Justice(Dubla)
Jamie Jones
Lee Foss

Colombia

A primeira versão do festival na Colômbia terá lugar em 27 de outubro, vai reunir um total de sete bandas no mesmo palco, no Parque Duque Bogotá.
Main Stage
Evanescence
Garbage
The Drums

sábado, 7 de julho de 2012

"CLUBE DA ESQUINA"



No início dos anos 60, em Belo Horizonte (MG), jovens músicos começam a se encontrar na cena musical da capital mineira. Eles produziam um som que fundia as inovações trazidas pela Bossa Nova a elementos do jazz, do rock’n’roll – principalmente
The Beatles –, de música folclórica dos negros mineiros e alguns recursos
de música erudita e música hispânica.
Nos anos 70, esses artistas tornaram-se referência de qualidade na
MPB pelo alto nível de performance e disseminaram suas inovações e
influência a diversos cantos do país e do mundo.



Inicialmente representado por Milton Nascimento, Wagner Tiso, Fernando Brant, Márcio Borges, Nivaldo Ornelas, Toninho Horta e Paulo Braga, a turma mineira foi agregando uma constelação de instrumentistas e compositores. Ainda que juntos tenham apresentado uma nova perspectiva musical, o Clube da Esquina não foi visto pela mídia e pelos estudiosos como um movimento. Mas, sem sobra de dúvida, se constituiu apropriando-se de um alicerce oferecido por diversos movimentos
musicais e culturais pregressos.

Heranças dos anos 50




Os anos 50 e 60 do século 20 foram marcados por profundas modificações de ordem econômica, política e, conseqüentemente, social em todo o mundo.
O movimento da Contracultura iniciado pelos Beatniks nos EUA e o existencialismo francês propiciaram mudanças no meio da juventude do Ocidente e as manifestações culturais refletiam esses novos tempos, em especial a música.
Em 1958, a Bossa Nova surge como uma nova alternativa estética à música popular brasileira. Ela propõe um novo uso melódico das tensões harmônicas e uma abordagem orquestral mais enxuta, tendo o violão – junto à voz – novamente como o centro da cena. E resgatando também os aspectos rítmicos do samba, que desde o samba orquestral dos anos 50 haviam se diluído.
No que toca à questão literária, a Bossa Nova realiza uma mudança de ordem estética. Os poemas das canções, sobretudo no tema amor, tratam das situações de maneira
mais feliz e coloquial, menos parnasiana, resgatando a naturalidade contida
outrora em Noel Rosa.

Eclodem os anos 60





A partir dos anos 60, começam a chegar ao Brasil a música e a arte pop,
representadas sonoramente pelo rock’n’roll. Rapidamente, essa nova música, que estava ligada a uma mudança de comportamento social dos jovens, ganha adeptos no Brasil.
Seus seguidores são identificados a partir do movimento da Jovem Guarda.
Agora, uma guitarra aliada a recursos eletrônicos de distorção sonora é que se faz presente. Poeticamente, tratavam de valores buscados pela juventude:
a beleza, a ascensão social por meio da aquisição de um automóvel, uma postura
“sem compromissos” diante das responsabilidades que se lhes apresentava, enfim, queriam romper com tabus que havia muito norteavam a conduta da juventude, principalmente a sexualidade.

Música de Protesto



Na mesma época, o Brasil era assolado por um golpe militar de direita contra o qual toda a intelectualidade ligada à esquerda se mobilizou. No campo artístico, passa a ser produzida uma música que protesta ante a situação que se configura.
Essa música, na produção de alguns de seus principais compositores, começa a trazer a musicalidade de um Brasil mais ligado ao interior, ao camponês e às camadas sociais menos favorecidas. É a música ligada aos Centro Populares de Cultura (CPC).
Geraldo Vandré, Gilberto Gil, Carlos Lira, Marcos Valle, Sidney Miller e
Sérgio Ricardo são compositores que se destacam nesse momento.



A juventude intelectualizada do Brasil olha com desprezo para a música produzida pela outra juventude, mais operária, mais suburbana. Nessa época,
convivem no cenário musical a música da Jovem Guarda,
da Bossa Nova, a Canção de Protesto.
Havia também alternativas mais sofisticadas que fundiam recursos bossa-novistas com temáticas interioranas, partindo assim para uma estilização de ritmos populares,
como o baião – Edu Lobo é um exemplo dessa vertente.
Aos poucos, a música popular brasileira ia manifestando a sua ubiqüidade.

Alegoria, Paródia e Deboche



Em 1967, surge um movimento de artistas baianos e paulistas intitulado Tropicália, que visava, por meio de alegoria, paródia e deboche, a promover uma autocrítica que implodisse a já assim chamada MPB como um campo consolidado em sua “linha evolutiva”. Esse movimento, de bases intelectuais sólidas, propõe uma nova visita à Jovem Guarda autenticando alguns de seus elementos. Funde o som das guitarras distorcidas ao som orquestral, resgatando a musicalidade contida nos recônditos do Brasil.
Propõe uma nova estética literária, mais ligada ao concretismo e não tão próxima de uma abordagem política explícita. Passam a utilizar o ruído (música concreta)
como recurso sonoro.
A Tropicália abriu caminho para diversas tendências presentes na música brasileira ocuparem o seu lugar, de modo que tudo passou a fazer parte do novo conceito de MPB.
E, dentro da imensa diversidade sonora produzida até então, o Clube da Esquina reposicionou o espaço da MPB, certificando com qualidade a incorporação dos diversos elementos propostos pela Tropicália e outros movimentos.

Milton Nascimento



Em 1967, Milton Nascimento classificou três músicas – duas próprias e uma com letra de Fernando Brant – para a final do II Festival Internacional da Canção,
no Rio de Janeiro. Milton é premiado como melhor intérprete e ganha o segundo
lugar com “Travessia”. A partir daí, a carreira de Milton é impulsionada.
Ainda em 1967, ele grava seu primeiro disco, “Travessia”.
Em 1968, é convidado a gravar o disco “Courage” nos EUA.
O convite revelou o imenso potencial de aceitação de sua música nos EUA.
Em 1969, grava no Brasil o disco “Milton Nascimento”.
A cada novo disco, Milton se supera como intérprete,
como compositor e como instrumentista.

Um novo caminho para a MPB



Em seus três primeiros discos, Milton se apóia na experiência de grandes
músicos como Luiz Eça e Dori Caymmi. Isso, por um lado, dá sustentação a
seu trabalho e, por outro, faz com que ele mantenha uma sonoridade mais
próxima da já existente, reservada aos grandes compositores e intérpretes da MPB.
Não obstante toda a musicalidade dos jovens do Clube, era visível que a sofisticação e os recursos dos elementos sonoros trazidos pela Bossa Nova permaneciam como referência de qualidade da MPB no exterior.



Porém, é em seu disco “Milton”, de 1970, que Milton e os rapazes do Clube da Esquina passam a trilhar um caminho sonoro totalmente próprio, autêntico e mais independente do passado da música brasileira. Esse disco tem como banda de apoio o Som Imaginário, mais Lô Borges e Naná Vasconcelos. Nele, o Clube se faz mais presente nas composições dos irmãos Lô e Márcio Borges e da sonoridade que funde recursos diversos existentes na MPB – como guitarras distorcidas – e inovações – como o uso determinante da percussão na música “Pai Grande”.
A percussão não faz mais o papel de acompanhante rítmico: agora é a de criadora de um evento que corre concomitantemente à voz e ao violão e com um volume
maior que o usual das gravações.

O Disco Clube da Esquina



A consolidação de uma linguagem própria se firma com o lançamento, em 1972, do disco “Clube da Esquina”, assinado por Milton Nascimento e Lô Borges.
Esse álbum duplo traz a participação maciça de todos os membros do grupo de
amigos músicos conhecido internamente como Clube da Esquina.
A sonoridade obtida, o alto padrão de elaboração e a originalidade das composições e arranjos fizeram deste um dos discos antológicos da MPB.
A música do Clube da Esquina trouxe diversos elementos novos à MPB,
que, com o passar do tempo, se tornaram matéria de uso comum.




Diferentemente da Jovem Guarda e da Bossa Nova, mantiveram uma temática política presente, mas de forma subjetiva. O disco “Milagre dos Peixes” teve que ser feito,
em grande parte, à base de vocalises, devido à censura de várias das letras.
As letras das canções em geral revelam uma inclinação a construções mais abstratas, imagens ou metáforas que talvez sejam mais soltas de uma tradição poética da canção brasileira que as costumeiras da época, e mesmo depois. Pouco se encontra da estrutura de romance ou de narrativas, histórias ou situações das quais se pode tirar alguma moral ou mensagem. Acerca disso, há uma interessante afirmação que sintetiza um pensamento literário, no caso de Márcio Borges, mas que em alguma medida pode ser estendido a outros poetas do grupo em suas letras: “Pelo menos não viessem me falar de mensagens… ‘qual é a mensagem dessa letra?’ Como se um poema pudesse funcionar como cabograma ou sinal de fumaça”.

Uma Nova Perspectiva Musical

Milton inaugura uma nova forma de utilização do violão: como um instrumento ao mesmo tempo harmônico e percussivo. No samba e na bossa nova temos um violão batido dentro de um esquema rítmico. Na Tropicália e Jovem Guarda, a utilização do instrumento é feita de forma rasgueada (ou rasgada ou rasqueada é tocar violão passando os dedos ou a palheta pelas cordas correndo, de cima para baixo ou vice-versa, fazendo as cordas soarem; é uma forma não dedilhada de tocar violão), porém ainda respeitando um sistema rítmico predominante. Em Milton, poderíamos dizer que o violão passa a ser um instrumento arrítmico e de cordas percussivas.



Toda a base da música brasileira foi construída dentro de padrões rítmicos binários, ternários e quaternários. Milton desenvolve músicas em compassos quinários (em cinco tempos), além de trabalhar com compassos híbridos (pulsações diferentes numa mesma música). E também a execução de um samba, originalmente binário, em ritmo ternário.
Constróem a ponte com a música de nossos irmãos americanos de língua espanhola. Acabam por resgatar uma África que não veio pela via do samba e nem do candomblé. Trazem uma África mineira, irmã dos congados, moçambiques e caiapós e tambus.
A percussão passa a ter um papel de solista concorrente ao melopoema
(o resultado da melodia e letra, a canção). É um evento que acontece à parte do resto sem, no entanto, deixar de compor o todo. São os primeiros a colocar,
em algumas canções, a percussão com um volume maior que a própria voz.
A voz, no Clube da Esquina, deixa de ser apenas o elemento que canta os melopoemas e passa a ser um instrumento que canta sem letra, que produz sons pouco usuais. O falsete, por exemplo, longe de ser um último recurso, torna-se alternativa tímbrica.



Conseguem também fazer a fusão do regional com o pop amalgamando os gêneros e estilos. Ouvindo não conseguimos localizar onde começa um e termina o outro.
Esse procedimento passa, tempos depois, a ser usual em um segmento chamado
World Music.
Criam uma sonoridade orquestral própria que diferia da forma como a Bossa Nova utilizava a orquestra, mais como uma moldura sonora, e da forma como a Tropicália também a utilizou, de forma mais narrativa. No Clube da Esquina temos uma orquestração de caráter mais impressionista, criadora de ambiências sonoras,
e que às vezes corre à parte do evento musical que se apresenta.
No disco “Clube da Esquina”, vemos a proposta inusitada de dividir o panorama de escuta do som estereofônico de forma não eqüitativamente balanceada.
Poderíamos pensar no desenvolvimento da harmonia de música popular
(progressões harmônicas, dissonâncias etc.) ao longo dos tempos por um caminho que vem de Mussorgsky, Debussy, música de cinema, big bands, simultaneamente,
música brasileira e música estadunidense do pós-guerra e Bossa Nova.
Se analisarmos a obra do Clube da Esquina, veremos que, além da incorporação de toda a contribuição trazida pelo desenvolvimento acima exposto, foi criada pelo Clube uma maneira muito própria de harmonizar, visível a partir do disco “Clube de Esquina”. Não é à toa que o violão de Toninho Horta se tornou referência e as
harmonias de Milton são as mais surpreendentes.



A sonoridade resultante do encontro desses músicos se tornou uma das principais marcas que acompanhou a música feita pelo pessoal do Clube da Esquina.
Uma música em que os instrumentos, combinados, constróem mais do que um simples acompanhamento da canção. Constróem, sim, uma ambiência da qual a canção passa a fazer parte junto de eventos sonoros distintos que acontecem ao mesmo tempo.
Como exemplo, vale passar os olhos nos comentários feitos acerca do disco
Clube da Esquina.
A influência da música do Clube da Esquina se espalhou por diversos lugares e tendências. A influência de Milton e de Toninho Horta, na maneira de compor e tocar a guitarra, é notória na música de Pat Metheny. A própria aproximação de Egberto Gismonti e de Wayne Shorter, que gravaram músicas de Milton,
da obra deste, denota a força do trabalho dos mineiros.
Ivan Vilela é músico, professor da USP, diretor da Orquestra Filarmônica de Violas e pesquisa festas ligadas à cultura popular, viola caipira e MPB. Ele prepara um livro sobre o Clube da Esquina e sua contribuição à Música Popular Brasileira.






sábado, 17 de março de 2012

"VANGUARDA PAULISTA"





Vanguarda Paulista (também Vanguarda Paulistana) foi o nome dado a um movimento cultural brasileiro ocorrido na cidade de São Paulo entre 1979 e 1985.
O rótulo foi criado por jornalistas e críticos musicais da cidade, tanto por seu aspecto de vanguarda, quanto, no caso da segunda denominação, como referência a um dos templos onde os experimentalistas apresentavam suas obras:
o Teatro Lira Paulistana, situado na rua Teodoro Sampaio,
bairro de Pinheiros, e que posteriormente transformar-se-ia
em selo musical e editora.

Principais destaques




As principais figuras da Vanguarda foram Itamar Assumpção , Arrigo Barnabé
(o qual, entretanto, nunca se apresentou no Lira Paulistana) e Grupo Rumo.
A volta deles havia diversas cantoras, tais como Suzana Salles, Tetê Espíndola, Eliete Negreiros, Vânia Bastos e Ná Ozzetti, cantores como Hermelino Neder,
e grupos como o Premeditando o Breque e Língua de Trapo.

Alternativos e independentes


A Vanguarda Paulista marca também a consolidação do chamado "disco independente" (surgido no Brasil na primeira metade dos anos 1970.
Embora não tenha sido um gesto deliberado,
Arrigo Barnabé bancou a produção do seu LP inaugural,
Clara Crocodilo, por falta de interesse das grandes gravadoras.
A partir daí, "produções independentes" tornaram-se marca
registrada dos "alternativos" da Vanguarda.

Sucesso de crítica

Embora em geral tenha sido bem recebida pela crítica especializada, a Vanguarda Paulista jamais foi o que se poderia chamar de sucesso de público.
Restrita aos nichos alternativos, seus produtos eram consumidos por universitários e "descolados" em geral da cena paulistana. Presumivelmente, um dos nomes do período ainda lembrados pelo grande público é o da cantora Tetê Espíndola, a qual depois de suas apresentações com Arrigo Barnabé no início dos anos 1980, seguiu carreira-solo e apresentou-se seguidas vezes em programas de auditório populares.


Porém,seu auge seu deu em 1985 quando venceu o Festival dos Festivais com a canção Escrito nas Estrelas. O Língua de Trapo também se apresentou e foi finalista nesse mesmo festival com a canção Os Metaleiros Também Amam, a canção mais vaiada pelo público, mas, de longe, a mais engraçada.

Teatro Lira Paulistana




O Teatro Lira Paulistana, também conhecido como Lira Paulistana ou Lira,
foi um teatro e centro cultural da cidade de São Paulo.
Com nome tirado da obra homônima do escritor Mário de Andrade, o Lira foi fundado em 25 de outubro de 1979 em um porão com cerca de 150 lugares localizado na Praça Benedito Calixto, na Rua Teodoro Sampaio 1091,
no bairro de Pinheiros na Zona Oeste de São Paulo.
Além de teatro propriamente dito, também foi palco de diversos tipos de manifestações culturais, dentre estas a famosa Vanguarda Paulista que era composta de nomes como
Ná Ozzetti, Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, Tetê Espíndola, Cida Moreira, Eliete Negreiros, Zé Eduardo Nazário, de grupos musicais alternativos como Língua de Trapo, Rumo, Grupo Um e Premeditando o Breque, o regional Grupo Paranga e, mais tarde, dos grupos de rock da década de 1980 tais como Ira!, Ultraje a Rigor, Titãs, Violeta de Outono.

Em 17 de março de 1985, os grupos de hardcore punk paulistas Cólera e Ratos de Porão, fizeram o show de lançamento do álbum de estréia do Cólera, Tente Mudar o Amanhã. Esse show ficou registrado no álbum Ao Vivo no Lira Paulistana,
lançado no mesmo ano pelo selo Ataque Frontal.
O Lira encerrou suas atividades em 1986,
mas entrou para a história cultural paulistana.

Documentário e celebrações




Em 2009, foi lançado um documentário em comemoração dos 30 anos de
fundação do Lira Paulistana.
Em 6 de dezembro do mesmo ano, ocorreram shows com artistas que tocaram no Lira para marcar a ocasião. Participaram desse evento os músicos Arrigo Barnabé e Passoca,
além dos grupos Língua de Trapo, Anelise Assumpção & Isca de Polícia e Premê.

Selo Lira Paulistana




O Lira também se notabilizou pelo seu selo fonográfico pelo qual
lançou vários discos do membros da Vanguarda Paulista.
Foram ao todo dezesste discos, sendo que alguns foram lançados
em conjunto com o selo Continental.

Principais artistas a se apresentarem no Lira Paulistana

A cara de São Paulo, o movimento trouxe músicos e compositores
do Brasil inteiro. Aqui apresentamos não só a vanguarda nascida nos anos 1980
como também suas raízes e frutos.




Alice Ruiz
Alzira Espíndola
Arnaldo Antunes
Arrigo Barnabé
Cid Campos
Cida Moreira
Dante Ozzetti
Eduardo Gudin
Hélio Ziskind
Itamar Assumpção
Jorge Matheus
Jussara Silveira
Língua de Trapo
Lucina
Luhli
Luiz Tatit
Luli & Lucina
Marlui Miranda
Mônica Salmaso
Ná Ozzetti
Passoca
Premeditando o Breque (Premê)
Roberto Riberti
Suzana Salles
Tetê Espíndola
Vânia Bastos
Virgínia Rosa
Walter Franco
Zé Miguel Wisnik
Eliete Negreiros
Zé Eduardo Nazário
Língua de Trapo
Rumo
Grupo Um
Grupo Paranga
Ira!
Ultraje a Rigor
Titãs
Violeta de Outono
Ratos de Porão
Cólera
Excomungados

Discografia




Selo Lira Paulistana

Marcha sobre a Cidade. Grupo Um, 1979
Beleléu, Leléu, Eu. Itamar Assumpção, 1980.
Às Próprias Custas S/A. Itamar Assumpção, 1981.
Summertime. Cida Moreira, 1981*
Língua de Trapo. Língua de Trapo, 1982.
Poema da Gota Serena. Zé Eduardo Nazário, 1982
Flor de Plástico Incinerada. Grupo Um, 1982
Cabelos de Sansão. Tiago Araripe, 1982
Chora Viola, Canta Coração. Grupo Paranga, 1982
Pau Brasil. Grupo Pau Brasil, 1983
Abolerado Blues. Cida Moreira, 1983**
Diletantismo. Rumo, 1983**
Quase Lindo. Premeditando o Breque, 1983**
Freelarmônica. Freelarmônica, 1983**
Como Essa Mulher. Hermelino e a Football Music, 1984
Patife Band. Patife Band, 1985

Em conjunto com o selo Áudio Patrulha

**Em conjunto com o selo Continental.

Álbuns gravados no Lira Paulistana

Ao Vivo no Lira Paulistana - split-LP c/Ratos de Porão e Cólera
(LP, 1985, Ataque Frontal)